sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Se meu coração falasse...


Ano Novo. Vida nova, novos pensamentos, novos amores. E amores velhos. Sempre. Amor não acaba, se transforma. Jamais deixo de amar depois de ter começado, porém nunca continuo amando sempre da mesma forma. Não tente entender. Nessa época começamos a lembrar de todas as coisas que fizemos durante todo o ano que se passou, e bem, não tenho muito o que contar. Arrependimentos, erros, decepções. Todo mundo tem. Eu tenho aos montes. Mas não quero guardá-las, apenas as jogo fora e procuro obter novas lembranças. É assim que funciona comigo. Não queira entender. Assim como escrevo essas palavras desordenamente, sem nexo algum e sem voltar atrás para ler o que já foi escrito, também as memórias são tratadas por mim da mesma forma. Em meu coração guardo apenas o que amei. Óh, e amei tanto. Não como estou amando agora, mas amei, amei desesperadamente. Não esqueço. Então, quando o relógio dava a última badalada à meia-noite, esperei que o telefone tocasse e que fosse o teu nome escrito na tela. Esperei ouvir tua voz. Nada aconteceu. Mudança brusca de assunto, não? Nem me importo. Continuas um estranho para mim... Como posso saber que és verdadeiro? As palavras proferidas por tua boca muitas vezes parecem-me apenas mais mentiras. Continuo esperando que tu te importes. Pobre tolo, é o que sou. Não aprendi a lição nas vezes anteriores, e dessa vez não será diferente. Ou será? Tudo depende de ti. Tu, que some e reaparece, tão voraz em tua fome, tão agressivo em teus desejos, tão... indelicado. Não quero me apegar. Não posso. Meu coração palpita ao ver-te, mas és tão grosseiro que logo começo a odiá-lo. Sequer posso pedir um carinho, por mais que meu coração precise do conforto dos teus braços. Posso gritar, implorar... sei que não irá me ouvir. Estás alheio à minhas dores, aos meus anseios. Como devo agir? Eu não sei. Hoje tudo muda, um novo ciclo começa... algo terá que mudar. Eu terei que mudar. Meu coração, se cala. Sua voz é baixinha e nem todos podem ouvi-lo. Se fores tu, meu amante, "aquele" que será responsável por minhas mudanças, aprenderás a ouvi-lo. Quem dera pudesse seder a ti esse privilégio.

[...]

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